Três atitudes para transformar potencial em realidade
Texto por Paula Lucchese Cordeiro

Dentro de alguns meses, completo 30 anos de profissão. Minha formação é como Administradora e desde os 17 anos - quando entrei na faculdade e tive meu primeiro emprego - até hoje, tudo o que fiz sempre envolveu essa função. Tive o privilégio de passar por uma multiplicidade de atribuições e responsabilidades, e a mais fascinante delas para mim é a de trabalhar com gestão de pessoas, em todos os aspectos que isto envolve. Foi sem dúvida a atividade que mais contribuiu para a bagagem que carrego e a escolha por esta nova etapa que iniciei na Escola Fabiano Gomes.
Ao longo da minha carreira, aprendi algo muito valioso: todos têm algo de bom e único para oferecer ao mundo, se assim o desejarem ardentemente.
Muitas vezes vi profissionais cujos resultados não apareciam porque estavam ocupando uma posição errada; outras, porque estavam chegando ao fim de um ciclo e precisavam de um empurrãozinho para ir adiante. Mas sempre havia ali uma pedra bruta a ser lapidada. Poucos estão dispostos a fazer o trabalho árduo de lapidar essa pedra, mas é isso que viemos fazer nesta vida: crescer, evoluir e nos tornarmos quem somos capazes de ser. Viemos para transformar o nosso potencial em realidade, para nós mesmos e para a sociedade na qual estamos inseridos.
Ao mesmo tempo, ao longo desse período, só vi isso acontecer através da aplicação dedicada e consistente de três características: autorresponsabilidade, disciplina e persistência.
Na minha visão, o maior e mais prejudicial obstáculo a qualquer empreendimento humano é a atitude de colocar-se como vítima da sua própria vida - o oposto da autorresponsabilidade.
Se você quer perder a oportunidade de fazer coisas extraordinárias na vida, culpe os outros. Culpe seus pais. Culpe o governo. Culpe o mundo. Fazendo isso, esqueça qualquer chance de transformar o potencial que existe dentro de você em algo concreto. Irá viver uma vida morna, ressentida e inevitavelmente vazia.
Vale dizer que isso não significa ignorar situações em que realmente somos vítimas de injustiças ou traumas. Me refiro àquela atitude na qual você assume a total autoria sobre a sua própria vida, com responsabilidade radical e irrestrita, na qual você compreende que se desejar ser alguém ou realizar algo, isso prioritariamente dependerá de você.
Quando compreendemos que o rumo da nossa vida depende de nós, o próximo passo é agir.
A disciplina é o que você pratica quando precisa ir além do que é confortável e encara o necessário para vencer, seja a conquista da sua saúde, da sua independência financeira ou do seu lugar no mundo.
Uma vez sabendo que tudo depende de você, que precisará fazer aquilo que não gosta e que não sabe para chegar lá, resta apenas uma atitude: seguir fazendo. Até o fim. Persista no que você quer e considera essencial para sua vida. Canse, quebre, chore, mas persista. No sonho, no relacionamento, no projeto, no futuro.
O curioso é que a nossa percepção de dificuldade muda com o tempo e com o grau de desafio dos obstáculos que a cada vez superamos. O mais gratificante de viver com autorresponsabilidade, disciplina e persistência não é que as circunstâncias da vida ficam mais fáceis: você fica mais forte e confiante. Mais preparado para lidar com o que vier pela frente.
Pare por um momento e reflita: de 1 a 10, quanto de autorresponsabilidade você assume pela sua vida? De 1 a 10, qual o seu nível de disciplina? De 1 a 10, quanto você persiste, mesmo quando tudo parece conspirar contra?
Desafio você identificar seu maior obstáculo, enfrentá-lo de frente e alcançar o que deseja. Escolha sua meta com consciência e sabedoria - reflita antes de ser obstinado com a meta errada! Mas mesmo que você esteja temporariamente fora de curso, sou tão confiante na vida e no ser humano, que acredito que quando você coloca tudo que tem na sua própria evolução, os caminhos se abrem, as oportunidades surgem e os passos revelam-se à sua frente, conduzindo-o para muito além do que você imagina.
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