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A Vida Extraordinária

Por Paula Lucchese Cordeiro

 


Acredito que todos, em algum lugar secreto dentro de nós mesmos, sonhamos com uma vida que ainda não ousamos viver. Talvez seja um desejo antigo, que nos acompanha desde criança, mas que guardamos em silêncio, sem coragem de confessar a ninguém.


É uma vida onde marasmo e mediocridade passam longe; algo tão vivo e cheio de sentido que, por vezes, duvidamos que exista — achamos que não passa de um devaneio que insiste em voltar, e que não temos coragem de alimentar.


Eu a chamo de Vida Extraordinária. Cada um tem a sua, pessoal e intransferível. E acredito, de verdade, que ela é possível para todos.


(Se você não acredita que uma Vida Extraordinária existe, este texto não é pra você. Mas, se ainda restar uma pontinha de esperança, espero que me acompanhe até o fim desta reflexão.)


Afinal, o que é uma Vida Extraordinária? Não existe resposta pronta, nem fórmula igual para todos. A maioria de nós cresceu repetindo modelos: sucesso = status, estabilidade = salário fixo, trabalho = sobrevivência, família = referência. Mas, se você se concentrar por um instante, talvez perceba que nada disso explica o que faz seu coração bater mais forte.


A Vida Extraordinária não é uma vida perfeita — é aquela que faz sentido para você, de dentro para fora.


Pra começar, não é preciso saber tudo. É preciso, sim, ter coragem de avançar. Considere por um instante:

·       Em quais momentos da sua vida você sentiu que estava vivo de verdade, sem fazer esforço?

·       Quais valores são inegociáveis para você?

·       Se ninguém fosse te julgar, que vida você ousaria criar?

·       Quem são as pessoas que te inspiram — e por quê?


Essas perguntas são pistas. Talvez surjam memórias, lugares, histórias, detalhes. Anote tudo. Cada resposta é uma peça do seu quebra-cabeça.


Em 2018, num daqueles sacolejos que a vida (felizmente) nos dá, percebi que a minha, apesar de não ter nada “aparentemente errado”, precisava mudar. E, no meu caso, era necessária uma guinada radical, sem muita clareza de onde eu chegaria. Eu só sabia que precisava começar.


De lá pra cá, ouso dizer que quase nada daquela Paula de 2018 restou intacta. E, ao mesmo tempo, nunca me senti tão autêntica e real como hoje.


Nestes sete anos, fiz um mergulho profundo para dentro de mim, porque o autoconhecimento é prerrogativa da Vida Extraordinária. A segunda é a ação.


Essa vida não nasce de um grande feito isolado, como muitos acreditam, enganados pelo sensacionalismo da internet. Ela não acontece “um dia” — ela se constrói em cada segundo, de cada minuto, que você vive — mesmo que não perceba.


Nossa vida é feita de muitos processos que começam no agora e se distribuem em fluxos vivos: na forma como você dorme, come, trabalha, se exercita, se expressa, estuda, se relaciona, escolhe o conteúdo que consome.


Todo esse fluxo atua como um sistema que te conduz, ou não, ao resultado que você diz querer. E a chave é essa: o processo só é eficiente na medida em que você sabe qual resultado deseja.


Cada detalhe importa. A Vida Extraordinária não é um grande plano congelado — é algo que se constrói no dia a dia.


Acredito, de verdade, que todos têm a oportunidade de descobrir e criar uma vida que vale a pena ser vivida — única, real, coerente. E ninguém faz isso sozinho: a gente se apoia, se inspira, se desafia, compartilha o caminho.


Experimente se perguntar: "o que é extraordinário para mim?"









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