Autoconhecimento pra quê?
- Paula Lucchese Cordeiro
- há 5 dias
- 2 min de leitura
Por Paula Lucchese Cordeiro

Tenho pensado muito sobre a busca pelo autoconhecimento. Vejo pessoas mergulhando em terapias, retiros, cursos, livros… e também me vejo nesse movimento de forma consistente há alguns anos já.
Mas comecei a me perguntar: afinal, o que eu estou fazendo com todo esse conhecimento sobre mim mesma? Que transformações concretas estão acontecendo na minha vida a partir disso?
É bonito sonhar com uma vida diferente, mas se esses ideais não se traduzirem em ações, corremos o risco de viver sempre na promessa e nunca na realização.
Eu acredito no poder dos sonhos, mas acredito também no valor da disciplina. Acredito em inspiração, mas ainda mais na coragem de transformar inspiração em realidade.
Por que você busca o autoconhecimento? Porque disseram que é importante? Porque está na moda? Ou porque sente que há algo em você pedindo por mudança?
Não se iluda: autoconhecimento não é acumular diagnósticos. Não é viver de curso em curso. Não é se perder em teorias bonitas.
Autoconhecimento serve para libertar-se.
Para romper padrões que não fazem mais sentido.
Para escolher a vida que você quer construir.
Para alinhar-se com sua essência e parar de viver pela metade.
E eu te pergunto: o que você está fazendo com tudo que já descobriu sobre si mesmo? O que mudou na sua forma de viver, de amar, de trabalhar, de escolher?
Sócrates chamava de maiêutica o método de fazer perguntas aos seus discípulos, como a arte de fazer nascer idéias (do grego maieutiké = “arte da parteira”). Usava essa metáfora porque sua mãe era parteira, e assim como ela ajudava mulheres a dar à luz, ele ajudava as pessoas a “parirem” suas próprias ideias. Acreditava que a verdade já existe dentro de cada um, mas está encoberta por ilusões, hábitos ou certezas superficiais. Ele não entregava respostas prontas, mas fazia perguntas que desmontavam certezas e obrigavam seus discípulos a pensar de novo. Talvez ainda hoje seja isso que mais precisamos: menos respostas definitivas, mais perguntas que nos movam.
Cada um busca o autoconhecimento por seus próprios motivos. O meu é criar a aventura da minha vida, com propósito, intencionalidade e clareza, e chegar ao fim dos meus dias tendo vivido e experimentado algo extraordinário.
Então, não se acomode. Não faça do autoconhecimento um fim em si mesmo. Transforme-o em uma ponte que o leva ao seu futuro.
Conhecer-se é só o começo. Viver de acordo com o que se conhece é a verdadeira revolução.
Sensacional! :) Adorei, muito mais que se autoconhecer a importância da ação "o que eu faço com isso", se pontos positivos eu fortaleço se a melhorar eu os desenvolvo. :)