Seja solo fértil

Texto por Paola Martins

Tudo o que está vivo precisa de cuidado para se manter vivo. Quantas vezes você já foi na floricultura e comprou uma planta linda... que em duas semanas na sua casa ficou triste, amarelada, secou e morreu?

A pergunta do mês é: o que você está plantando em si mesmo?

Primeiramente, é preciso entender que antes de qualquer plantio é necessário que você se torne, internamente, solo fértil. Nem erva daninha cresce no terreno árido do deserto.

Seja gentil e amoroso consigo mesmo como seria com os outros. Alimente-se, em todos os níveis, físico denso, energético, emocional e mental, somente daquilo o que é saudável e lhe dá prazer (ainda que não imediato). Mantenha consigo – e em si – somente o que for agregar profundamente naquilo o que você deseja construir a partir de agora.

Todo o resto, incinere. Mesmo na natureza alguns incêndios são necessários para que a vegetação que morre retorne ainda mais forte. Depois, encontre a semente certa.

A semente é o que dá vida, fecunda, cria, é a gênese. Só que até o mal vem de algum gérmen, sabia? Escolha com consciência as sementes que farão raízes em você. E a nutra com todo o necessário, com disciplina, constância e consistência, sem lhe deixar faltar nada.

E o próximo passo será, impreterivelmente, Íshwara Pranidhana: com o solo certo e a semente adequada, a rega periódica, os fertilizantes certos, nada mais resta a não ser aguardar. Depois de ter feito o seu melhor, é hora de esperar pelos resultados.

Tenha em mente que certos cultivos levam muito mais tempo do que outros. Foque apenas naquilo o que você plantou, e esqueça do pomar do vizinho. O morangueiro produz frutos em cerca de dois meses. A amoreira, em menos de um ano. As tamareiras podem levar até 100 anos para dar frutos naturais.

Na justa medida do tempo, que é a justa medida de todas as coisas, o esforço resulta em flores e frutos. E você precisa estar preparado para este momento, em que tudo der certo. Se não estiver forte, flexível e estável o suficiente, corre o risco de não suportar os bons resultados das suas próprias ações: Precisamos trabalhar incansavelmente para permitir que a “sorte” chegue, e, quando chegar, precisamos estar preparados para ela.

E quando a sua realidade se materializar no lindo e florido jardim que você mesmo cultivou e conquistou, lembre-se de aproveitar, usufruir, mas jamais desleixar, pois tudo o que está vivo precisa de cuidado para se manter vivo. O que for negligenciado, qualquer relação, hábito, forma física, habilidade, que não seja cultivada, mais dia ou menos dia, fica triste, amarelada, seca e morre.