Ser forte não é o mesmo que ser insensível
- Paula Lucchese Cordeiro
- há 1 dia
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Por Paula Lucchese Cordeiro

Existe uma confusão comum, um paradigma sob o qual eu mesma vivi ao longo de mais de 40 anos, de que ser resiliente significa não sentir; de que, diante de qualquer situação incômoda ou desconfortável, ser forte é manter-se inabalável e recorrer imediatamente à razão como estratégia. Será?
Segundo todos os grandes pensadores da atualidade, o mundo ficará cada vez mais complexo. O caminho, portanto, é tornar-se mais forte - ou antifrágil, usando nossa palavra do momento - para viver tranquilamente em meio a circunstâncias cada vez mais caóticas, parafraseando Nassim Taleb.
Na vida moderna, somos condicionados a perseguir e valorizar o saber intelectual, acumulando informação, dominando conceitos, debatendo ideias. Observo gerações mais jovens (outras nem tanto) cheias de teorias, de conhecimento terceirizado, porém sem a profundidade que só viver a vida traz.
Compreendo que seja um recurso, aparentemente sofisticado porém equivocado, de subliminar a dor e sentir que estamos no controle. Porém a dor, o desconforto, a crise, revelam partes de nós que jamais conheceríamos sem passar por elas. Partes valiosíssimas que constroem quem somos e quem podemos nos tornar.
A antifragilidade não nasce da rigidez, da negação, ou da racionalidade. Ela nasce da vulnerabilidade, algo que poucos têm a verdadeira coragem de vivenciar. É preciso renunciar à couraça que nos protege e nos permitirmos sentir profundamente, para que a verdadeira transformação aconteça.
A verdadeira sabedoria, aquela que te transforma e se torna parte inseparável de quem você é, só emerge através de uma entrega irrestrita ao sentir, ao viver, ao que é gerado através das experiências.
Não me refiro apenas à vivência da frustração, do sofrimento e da tristeza, mas também da alegria, do amor, da paixão, da gratidão, do desejo. Amplos são os espectros da experiência humana e dela emerge a nossa força interna. Isso não significa nos tornarmos escravo dos nossos sentimentos e paixões, muito pelo contrário: esse é o caminho que nos conduz à maestria, ao autoconhecimento e à liberdade. Disso estou convicta.
Antifragilidade não é invulnerabilidade. É a oportunidade única de evoluir a partir da experiência real, e não apesar dela.
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