Níveis da consciência e gestão emocional
Texto por Paola Martins
As chamadas soft skills estão a cada dia mais em voga nos mais diversos segmentos profissionais, demonstrando que as habilidade relacionais serão, em um futuro não muito distante, o fator verdadeiramente decisivo em termos de contratações e manutenção de postos de trabalhos e oportunidades de negócios.
Muito além das habilidades técnicas, cada dia mais a sociedade volátil e complexa na qual nos inserimos exige de nós capacidades mais sutis, mais refinadas, oriundas de um árduo e constante trabalho de autoconhecimento, e, por isso mesmo, mais desafiadoras.
Daniel Goleman, psicólogo autor do bestseller Inteligência Emocional destaca, dentre tais habilidades, a resiliência, a empatia, a colaboração e a comunicação.
O primeiro passo para relacionarmos melhor com o mundo a nossa volta é aprimorarmos o relacionamento que possuímos com nosso próprio self. O mundo pede que você traga consciência ao seu espectro emocional, desenvolvendo, no âmbito individual, as competência de inteligência emocional necessárias para que transitar na área da gestão emocional nos mais diversos ambientes, inclusive no ambiente de trabalho.
Um líder, para conhecer e ajudar seus liderados, precisa conhecer e ajudar a si mesmo em primeiro lugar.
Quanto maior for a sua consciência sobre você mesmo, sobre o seu corpo físico, sobre o seu corpo emocional e sobre o seu corpo mental, maiores serão suas habilidades, inclusive de gestão e competência emocional.
Sobre esse assunto, a Harvard Business Review publicou um artigo intitulado “Você está desenvolvendo as habilidade que não serão automatizadas?” de autoria de Stephen M. Kosslyn, CEO da Foundry College, ex-Chief Academic Officer da Minerva Schools da KGI e ex-professor da John Lindsley, chefe de departamento e reitor em Ciências Sociais na Harvard University, e autor do livro Building the intentional university: Minerva and the future of higher education, destacando que:
“A nossa habilidade em gerenciar e fazer uso das emoções e de levar em conta os efeitos do contexto são ingredientes importantes para o pensamento crítico, a solução criativa para os problemas, a comunicação eficaz, o aprendizado adaptativo e o discernimento. Já foi comprovado que é difícil programar as máquinas para copiar a sabedoria e a competência humanas, e ainda não está claro quando (ou se) os esforços iniciais envidados gerarão frutos.”
(Disponível em <https://hbrbr.com.br/voce-esta-desenvolvendo-as-habilidades-que-nao-serao-automatizadas/>)
Esteja atento a si mesmo, e busque identificar aquilo o que suas emoções estão lhe dizendo.
Torne-se consciente. Nenhuma máquina fará isso por você.
Suas emoções se manifestam através do seu corpo físico. Quando você ficar ansioso, seu coração dispara. Se está cansado, os olhos pesam e você boceja. Se está extremamente alegre, as pupilas dilatam. Se o estresse é muito grande, você sente dores de cabeça e até dores de estômago.
Ainda assim, a forma como você experiencia cada uma das suas emoções é completamente individual. Não raras vezes, um mesmo evento, como, por exemplo, uma dia nublado de chuva, pode provocar em duas pessoas distintas emoções completamente distintas. Enquanto um ficará extasiada com uma tempestadade, a outra poderá adentrar em uma profunda tristeza.
Nos conectamos emocionalmente com o mundo a nossa volta não de acordo com o que nos acontece, mas sim em conformidade com a interpretação que damos a cada um dos fatos com os quais nos deparamos.
Não por acaso, nossas emoções, são, ao mesmo tempo, catalizadoras de gigantescos resultados positivos, ou, ainda, podem nos puxar pra baixo. Tornar-se ciente daquilo o que sentimos, e, principalmente, do por que sentimos o que sentimos, é o que nos permite o assenhoramento das nossas emoções. Caso contrário, seremos sempre escravos das nossas paixões.
As emoções desencadeiam efeitos físicos, químicos e biológicos concretos na natureza do seu cérebro. Todos nós nos viciamos em sentimentos específicos. A forma como sentimos está impregnada na nossa resposta neuronal.
Separamos um trecho do documentário “What the bleep do we know” que explica os efeitos químicos das emoções nos nossos cérebros, e como podemos estar inclusive viciados em determinadas emoções.
O conceito de vício é muito simples: é alguma coisa que você não consegue parar de fazer. Então, se existe alguma emoção que você sente diariamente, e que você não consegue deixar de sentir todos os dias, como ansiedade, tristeza, rancor, raiva, mágoa, ou mesmo alegria, satisfação, gratidão