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Antes de amar pra fora, é preciso amar pra dentro

Por Paola Martins

 


Poucas coisas na vida são tão complexas quanto o amor. É complexo definir, é complexo explicar, e sentir então… extremamente complicado.

 

O que você pensa quando pensa em amor?

 

No príncipe encantado? Na mãe dos seus filhos? Nos afetos plurais e não normativos?

 

Na etimologia da palavra, amor é composto por um prefixo de negação, “a”, acrescido de “mors”, que no latim, significa morte.

 

Amar é negar a morte de quem se ama.

 

Evidente que isso transborda o amor romântico. Quantas pessoas amamos ao longo de uma vida, e de quantas e quantas formas diferentes… Amamos desde o útero, quando somos umbilicalmente conectados a um ser humano que nos dá a vida, e desde lá já somos amados por tantos que nos esperam ansiosamente do lado de fora, que conversam conosco e tem sonhos e planos sobre nós enquanto ainda somos um amontoado de células de sobrevivência duvidosa.

 

Histórias ancestrais nos conectam com diferentes formas de amor.

 

Na mitologia Hindu, o amor é retratado tanto de forma cósmica, quanto divina, fraternal, e sensual.

 

Kamadeva é o deus hindu do amor na sua forma erótica, do desejo, do prazer e da beleza. "Deva” significa divindade, e "Kama” significa "desejo", especialmente no âmbito sexual. Ele costuma ser retratado como um belo jovem, ornado com enfeites e flores, que carrega um arco de cana-de-açúcar com flechas de flores, que são a força do desejo, que desperta a paixão naqueles que são atingidos.

 

Da união de Kamadeva com sua consorte e contraparte feminina, Rati, nascem dois filhos, Harsha ("Alegria") e Yashas ("Graça"). Da conjunção do desejo, emergem a alegria ou a graça.

 

Já Radha e Krishna são retratados como divindades duais que são o símbolo de amor enquanto devoção divina, representam o amor puro e a união espiritual, porque na mitologia eles tem uma história de amor frustrada, platônica.

 

Shiva e Parvati, enquanto casal, representam a união entre masculino e feminino, da destruição e da criação, que mantém o equilíbrio do universo.

 

Ou seja, certo está o poeta Lulu Santos: existem muitas formas de amor. Desde que o mundo é mundo. Ou muito antes disso, inclusive. E consideramos justas todas elas.

 

Uma coisa parece ser certa: amar é uma dança a dois. Ou três, ou quatro… mas sempre uma troca.

 

Você, de um lado, coloca na mesa aquilo o que você tem de amor em si. A outra parte coloca na mesa aquilo o que ela tem de amor nela. E nisso, o monte maior de amor só cresce.

 

Amar não é compatível com escassez. É sempre um ganha-ganha. E se não o for… talvez não seja amor de verdade.

 

Por isso que definir as coisas e entender seus significados é tão importante: para não confundirmos qualquer outra coisa - como obsessão, ciúme, desrespeito, com amor.

 

Amor é mais, nunca menos.

 

É doar, nunca privar.

 

E por essa razão é que só é possível experienciar amor pra fora, quando antes amamos pra dentro, pois se falta amor pra dentro, o que externalizamos é qualquer outra coisa que não amor de verdade.

 

Coloque primeiro amor em você, em cada uma das suas células. Quando tudo em você estiver transbordando amor, você estará pronto para genuinamente entregar amor pra os outros, sem que isso lhe faça falta, nem que seja algo diferente do que amor de fato.









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