Pensamentos que poluem
Texto por Paola Martins
Quando uma erva daninha cresce, espontaneamente, em um solo onde não se esperava que ela brotasse, é sinal que ela encontrou terreno fértil pelo caminho para nutrir-se.
Assim são nossos pensamentos mais indesejados.
Nada cai do céu azul sem qualquer explicação lógica, nem mesmo meteoros.
Por isto, é óbvio que aquela voz que nos sabota dia após dia, soprando em nossos ouvidos ideias autodestrutivas não surge ao léu.
É segunda-feira de novo e muitas vezes somos assolados por reflexões como “minha vida não tem sentido”, “detesto meu trabalho”, “minha família exige de mim coisas que nunca vou alcançar”, “a dieta vai ficar para próxima semana”, “nunca tenho tempo de nada”, “meus amigos me esqueceram”, “eu não consigo”, “eu não posso”, “eu nunca serei capaz”.
Agora faça o exercício: onde foi que você adubou, quando foi que você deu espaço, para que essas ideias se fertilizam-se ao ponto de tomar conta de você, de tomarem voz, de criarem corpo?
Em que ponto da sua vida você deu espaço para todos esses ruídos que te tiram no caminho, para tanta poluição que ofusca o brilho de tornar-se quem você é de verdade?
Tudo o que está vivo precisa de cuidado para permanecer vivo, inclusive você, não apenas na esfera do seu corpo físico, mas também, e principalmente, seu corpo mental.
Sempre que seus pensamentos não estão em ordem, invariavelmente você se torna solo fértil também para outro tipo de poluição: a das emoções viscosas.
Porque onde habita um pensamento autodestrutivo, nasce uma emoção pesada pronta para sabotar.
Por isso, quando queremos evitar que um prédio colapse, precisamos estar atentos a toda a sua estrutura. Havendo problemas na encanação, surgirão vazamentos, que expandirão infiltrações, e é desta forma que estruturas robustas desabam sozinhas: começando por dentro.
A prática constante e disciplinada de meditação, que consiste no exercício da supressão das instabilidades das ondas mentais, atua com isso em larga escala.
Que tal começar hoje?
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