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Esforce-se, sem forçar

Texto por Paola Martins



Nossos limites são, por natureza, aquilo o que definem nossa existência. Se não temos limites, misturamo-nos com o todo, e acabamos por não ser nada.


O corpo físico que habitamos, por exemplo, representam explicitamente um limite, uma borda, um contorno para aquilo o que somos. Afinal, não nos manifestamos no universo sem o auxílio dele. Nosso corpo físico é uma borda que nos dá vida, e, por este motivo, cuidamos dele.


Como saber, entretanto, onde reside a linha tênue entre o limite que queremos, o que define, o que sustenta, ou o limite que, simplesmente, impede-nos de sermos mais, de irmos mais longe, de voarmos mais alto?


O que separa o esforço sobre si mesmo da agressão, do forçar algo (ou nós mesmos)?


Faça o seu auto estudo: somente isto poderá lhe dizer onde estão situação seus limites, que lhe dão existência, e que devem ser observados e respeitados, sob pena de autoagressão, e o que são barreiras, que, na corrida de obstáculos que é a vida, dia após dia, devem ser superados.


Esforce-se, sem forçar” é uma máxima singela, mas de aplicabilidade desafiadora, justamente porque exige que tenhamos o nível de consciência adequado para promover esse diagnóstico: quais são os desafios que nos proporcionam margem para autossuperação, e quais são as situações que, simplesmente, oferecem perigo a nossa incolumidade ao ponto de ferir?


Nosso instinto primitivo é de permanecer em uma posição segura. É evidente, no entanto, que nenhuma transformação, nenhuma evolução, aliás, que nada acontece da posição segura do sofá de casa.


Todavia, levantar do sofá para se atirar dum penhasco sem paraquedas gera apenas ferimentos graves (para dizer o mínimo).


Precisamos estar fortes e saudáveis para que nosso esforço nos leve a algum lugar. Caso contrário, se causa dor, ferimento, se machuca, não é o lugar certo para estarmos.


O caminho do autoconhecimento e da evolução é desafiador e desconfortável, a toda a evidência, mas não deve implicar em sofrimento. É possível, e até desejado, a experiência do autodesenvolvimento através do prazer, da alegria e do contentamento.


O primeiro passo, é buscar identificar onde o paradigma de romantizar a dor e o sofrimento levam a melhor de você, por pressões culturais, internas e externas, e começar a trilhar uma estrada em direção oposta.


Quando em dúvida, lembre-se da regra geral não sistematizada da não forçação:


Não force a barra, a amizade, nem a coluna.

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