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O fenômeno mulher

Texto por Paola Martins


Há várias maneiras de conceituar o vocábulo mulher. Ao longo da história, este termo foi utilizado para designar não apenas indivíduos, mas também atributos característicos de todos os que circundam sob sua áurea.


Potência, sutileza, firmeza, amor, vida, coragem, gentileza, assertividade, capacidade, energia, curiosidade, todos estes termos em maior ou menor grau já foram utilizados pela maioria de nós para descrever ou caracterizar o fenômeno mulher.


Mulheres são agentes ativos de transformação e de mudança da própria história. Seja gritando aos quatro ventos ou através de luta armada ou seja por canais mais sutis. Estamos em março, e podemos falar sobre as lutas históricas que culminaram no reconhecimento do dia 08 de março como o dia internacional da mulher.


No dia 8 de março de 1917 cerca de 90 mil operárias russas percorreram as ruas reivindicando melhores condições de trabalho e de vida, ao mesmo tempo que se manifestavam contra as ações do Czar Nicolau II [...] e contra as dificuldades decorrentes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).


Entretanto, ao longo da história, outros acontecimentos recordam a luta das mulheres, que faziam longas jornadas de trabalho, recebiam salários muito baixos e, além disso, não tinham direito ao voto.


Anterior ao movimento das operárias russas, em 1908 houve uma greve das mulheres que trabalhavam numa fábrica de confecção de camisas chamada Triangle Shirtwaist Company, localizada em Nova York.


Essas trabalhadoras costuravam cerca de 14 horas diárias e recebiam entre 6 e 10 dólares por semana.


No dia 25 de março de 1911 um incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist Company matou 146 mulheres, dentre as 500 que trabalhavam lá - desse número, cerca de 20 eram homens. A maioria das funcionárias que morreram eram imigrantes judias e algumas tinham apenas 14 anos.


Diante desse panorama, a criação de um dia dedicado à luta das mulheres foi sendo pensada.


Em homenagem à luta e às conquistas das mulheres, o Dia Internacional da Mulher foi definitivamente instituído pela ONU no ano de 1975, sendo que a escolha do dia 8 de março está relacionada com a greve das operárias russas de 1917”.


Mulheres jamais, espontaneamente, estiveram a serviço de mero contentamento.


Mas do que falamos quando nos referimos a contentamento? Porque nos causa estranheza a ideia de buscar ou mesmo aceitar o contentamento?


Se as mulheres não estão a serviço do contentamento, porque não falamos sobre como o contentamento, enquanto sentimento de alegria, prazer e satisfação, deveria estar mais a serviço das mulheres?


Para despir-se do injusto e irrealista arquétipo de supermulher, primeiro precisamos fazer as pazes com a noção do contentamento.


Nenhuma vida deve servir apenas às batalhas e deixar de lado os prazeres, sejam eles grandes ou pequenos.


Depois de todas as lutas, todas as lágrimas, todo o suor, todo o sangue, todas as noites em claro, as dores do parto, os cabelos brancos, as rugas, os calos, os cortes e feridas, os corações partidos, o subjugamento, o mansplaining, o preconceito, as barreiras, o silenciamento quando nos darão (ou nos daremos) o direito de apenas estarmos contentes?


O prazer é também uma prerrogativa, e muitas vezes sequer conseguimos vislumbrá-la.


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